a única coisa que possuo é uma convicção:
pagaram pra nascer meu padecer.
não faz muito, mas entendi o destino,
está traçado no chão de terra marcado,
junto a outros eus e teu avô, numa lápide que alguém pagou.
antes de se mudar pra lá, o velho me alertou:
guarda tua honestidade pra outra vida,
no presente não tem mistério,
a verdade foi quem matou o cemitério.
cruel é o ser que fala a verdade,
que não se dá a criatividade de manipular seu irmão sincero.
ser honesto é solitário, vão te tratar que nem salafrário,
e tu vais acabar no maldizer.
de que adianta viver pra se doar?
dizer a verdade é pra quem merece
e não pra quem não vai escutar.
de que adianta viver pra se matar?
dizer a verdade padece,
e só vai te amargurar.
não tenho medo na morte,
e agora mais nada pra dar,
se despedidas são pra laços fortes
começo a desamarrar todos desde já.
Gabriela fica com meu coração na estante,
Honra ao mérito por não me matar.
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