objeto que veio do mar

deixa,
o coração pede pra ser livre,
as ancoras estão lá, no cais.

era final de verão,
o mar invoca o respiro, alinha.
eu vi as ancoras envoltas em musgo,
como sereias dançantes envoltas num véu!
a água ficava turva por conta da maré,
eu quase as ouvi cantar, um grito.
mergulhei de cabeça,
não vi mais cais...

o coração ficou cansado,
não gostava de estar embaixo d'agua,
se sufocou...

quando voltei já era outono.
o mar invadia o gramado,
regando toda terra ressacada.
sem sangue nas raízes, nas veias,
apenas sal e saudade.

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